Decidir criar um negócio é um marco importante na vida profissional de todo empreendedor, pois é o primeiro passo para a realização de um grande sonho.
Ter o seu próprio negócio é motivo de alegria para muitas pessoas, mas, nem tudo são flores e algumas dificuldades podem surgir. Para evitar que as coisas saiam fora do planejado, deve-se atentar para alguns detalhes importantes em qualquer empreendimento.
Neste guia falaremos sobre isso, explicando os principais aspectos que devem ser observados no planejamento de uma empresa, como validação do negócio, sociedade, contabilidade, planejamento financeiro, marketing e publicidade.
Validação do negócio
Antes da criação do negócio em si, é preciso analisar com cautela se ele é viável, ou seja, se há uma boa probabilidade de prosperar e cumprir o seu objetivo.
Para fazer a pesquisa de validação do negócio é preciso que se faça primeiro um detalhamento do público-alvo e também do que será oferecido para esse grupo específico de pessoas.
O primeiro passo é especificar o perfil do cliente, colhendo dados sobre a sua faixa etária, classe econômica e renda média, interesses, hábitos, comportamento de compra, previsão de ticket médio e mais alguns dados que forem necessários, dependendo do tipo de público e de negócio.
Após isso, é preciso descobrir o que esses potenciais clientes esperam da sua empresa e da solução que você tem a oferecer para eles. É preciso entender, também, quais são os desejos e dores desse público para ajustar os seus produtos e serviços aos anseios desses consumidores.
É necessário que, também, seja pesquisado qual o formato de produto ou serviço o público-alvo está disposto a consumidor, qual é o valor que espera pagar, quais são os benefícios que deverão ser entregues e quais os diferenciais esperados em relação aos concorrentes.
Falando em concorrência, é preciso que se faça um levantamento sobre as empresas concorrentes diretas e substitutas para que se analise cautelosamente como você se posicionará nesse mercado e se há realmente espaço para o que você deseja colocar à venda.
A validação do negócio pode ser feita por meio de uma pesquisa de mercado em empresas especializadas ou pelo próprio empreendedor, via internet ou presencialmente, dependendo do tipo de empreendimento e de onde está localizado o público-alvo.
Sociedade
Ter um sócio no seu empreendimento trará algumas vantagens e desvantagens, é preciso colocar tudo na balança e ver qual dos dois lados pesa mais.
A grande vantagem, em geral, é a divisão das responsabilidades, principalmente as obrigações financeiras. Se o sócio tiver expertise em uma área fundamental para a empresa, será outro ponto a favor.
A maior desvantagem é, sem dúvida, a possibilidade de desavenças sérias que podem comprometer todo o andamento do negócio. Para evitar que isso aconteça, é preciso que haja várias reuniões antes de dar o pontapé inicial e também que tudo esteja dentro da segurança legal.
Se você optar por ter um ou mais sócios no seu negócio, deverá analisar qual tipo de sociedade é a mais adequada para a sua empresa. Abaixo você verá quais são os modelos de sociedade possíveis no direito civil brasileiro.
Sociedade em nome coletivo
É a sociedade formada por pessoas físicas com responsabilidade solidária e ilimitada sobre as obrigações da empresa. A divisão das obrigações financeiras pode ter parcelas diferentes entre os sócios, estabelecidas em contrato.
O nome da empresa deverá ser no modelo de firma comercial, ou seja, deve levar o nome de todos os sócios ou daqueles que serão responsáveis pela gerência. Somente um dos sócios pode administrar o empreendimento.
Sociedade em comandita simples
Nesse modelo há a figura dos sócios comanditários, ou seja, que possuem obrigação por apenas uma cota da empresa.
A sociedade em comandita simples é um tipo misto, já que alguns sócios têm responsabilidades ilimitadas enquanto outros são limitados. Outras características dessa modalidade é que o gerente do negócio deve estar definido no contrato social e que a entrada de novos sócios deve ser aceita por todos membros da sociedade.
Sociedade limitada
É o modelo de sociedade mais usado por pequenos empreendedores porque protege o patrimônio pessoal de todos os sócios.
Isso significa que a responsabilidade é limitada ao valor do capital social, ou seja, se a empresa contrair dívidas e não tiver recursos financeiros para arcar com elas, mesmo assim o patrimônio pessoal dos sócios estará protegido e não poderá ser invocado para quitar essas obrigações.
Outro dado importante sobre esse tipo societário é que as empresas enquadradas nesse modelo podem ser administradas por pessoas que não estão no contrato social.
Sociedade Anônima
É o famoso modelo societário das empresas que possuem ações na bolsa. Somente é vantajosa se a intenção é vender cotas para acionistas.
O número mínimo permitido de sócios é 7 e suas responsabilidades variam de acordo com as ações que possuírem.
Pode-se optar por manter o capital da empresa aberto, ou seja, sendo negociado no mercado de ações, ou, então, fechado, distribuído a poucos acionistas e sem venda na bolsa de valores ou no mercado.
Abertura da empresa e contabilidade
Esse passo da criação de um empreendimento é considerado por muitos o mais trabalhoso por ser muito burocrático e, dependendo da região e do tipo de empresa, também muito demorado.
O papel do contador é orientar o empreendedor desde a preparação da documentação necessária para abrir a empresa até o recolhimento mensal de todos os impostos. A constituição societária e a consultoria sobre esse assunto e também sobre o enquadramento da empresa são competências do contador.
O profissional de contabilidade fará o preenchimento de todos os papéis que deverão ser apresentados aos órgãos governamentais responsáveis pelo processo de abertura de empresa e fará as orientações quanto ao pagamento de taxas e obrigações acessórias.
Os balanços mensais e anuais, as guias de pagamento de impostos, os controles financeiros, como o fluxo de caixa, e todos os trâmites trabalhistas desde a contratação até a demissão também são de responsabilidade da empresa de contabilidade que você escolher contratar.
Sempre que houver alguma alteração na legislação trabalhista ou tributária, o contador deverá avisar ao empresário ou administrador da empresa.
Quanto aos impostos que deverão ser pagos pelo negócio, eles variam de acordo com o tipo de empresa, tipo de atividade, regime fiscal e localidade, os mais comuns são:
- IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica)
- IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)
- CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro)
- Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social)
- PIS/PASEP (Contribuição para Programas de Integração Social)
- ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços)
- ISS (Imposto sobre Serviços de qualquer natureza)
- INSS (Contribuição para a Seguridade Social)
Apesar de se tratar de assuntos um pouco complexos, o empreendedor não precisará se preocupar em saber sobre leis e obrigações, já que é papel do contador cuidar de todos os trâmites e orientar sobre o que for preciso.
Planejamento financeiro
O planejamento financeiro de uma empresa, mesmo que ela seja bem pequena e sem muitas movimentações, é essencial para ter controle total das finanças e para traçar objetivos futuros.
Além de ter os registros contábeis, é preciso manter um fluxo de caixa, feito pelo próprio dono da empresa, por um gerente ou gestor financeiro. É preciso registrar todas as entradas e saídas de dinheiro da empresa, diariamente.
Para empreendimentos simples, um livro caixa ou uma planilha de Excel pode ser uma boa opção, mas, caso haja mais informações para acrescentar e se for preciso integrar sistemas diferentes como balanço, controle de estoque ou emissão de notas fiscais, deve-se escolher um software apropriado para as necessidades da empresa.
A vantagem de trabalhar com programas ou sites para controle financeiro é a possibilidade de geração de gráficos automáticos para comparação e acompanhamento da evolução do negócio. Além de ser mais fácil o preenchimento e a correção de informações.
Mas, antes de fazer o planejamento financeiro diário e mensal, é preciso fazer o plano inicial, que mostrará quais são os recursos que a empresa dispõe, quais serão investidos, quanto deve ser o capital de giro, os valores das retiradas e pró-labore, etc.
O crescimento da empresa também deve estar presente no planejamento financeiro, dividido em metas parciais e com controle de métricas por valores e gráficos. Dessa forma é possível fazer ajustes nas finanças do empreendimento e traçar estratégias de economia de gastos, de investimentos financeiros, de estoque ou de compra de ativos.
Marketing e publicidade
Esse aspecto do negócio é de extrema importância para atingir o público certo e também para o crescimento da empresa. Mesmo que o orçamento seja apertado, deve-se atentar a, pelo menos, os princípios básicos do marketing e da publicidade.
Um plano de marketing deve começar pela definição do público-alvo e também da sua persona, que é o cliente médio da empresa, por meio de um personagem fictício que representa a maior parcela do público.
Para conhecer melhor o público certo do empreendimento, pode-se usar as informações obtidas na validação do negócio e também por meio de pesquisas de mercado periódicas, atualizadas, além de pesquisas de satisfação e pós-venda com os clientes da empresa.
A persona, também chamada de avatar, é muito útil para definir uma comunicação direcionada e para segmentação de publicidade, pois, em muitos casos, não vale a pena divulgar o negócio para um público amplo demais ou que não tem interesse na solução que a sua empresa oferece.
Se o negócio for local, pode ser interessante usar publicidade em jornais, em blogs famosos da sua cidade, em rádios e outros métodos tradicionais, além de, claro, marketing digital na internet.
Caso o seu empreendimento atender clientes de uma região mais ampla, é válido investir em um site profissional e nas redes sociais, trabalhando com marketing de conteúdo, e-mail marketing, publicidade no Google e outras estratégias.
É importante definir objetivos para a sua estratégia de marketing e ter um orçamento definido. Além disso, é essencial que se acompanhe as métricas ao longo das suas ações para fazer os ajustes necessários como tirar verba de onde tem pouco resultado para colocar onde a interação de público está sendo maior.
Uma dica muito importante, qualquer que seja o tamanho do seu negócio, é cadastrar a sua empresa no Google Meu Negócio para alcançar um público maior, que poderá encontrar o que você oferece com facilidade no mecanismo de busca.
Essa ferramenta do Google apresenta a localização da empresa, telefone, sites, avaliação dos clientes e fotos do empreendimento. Assim, é muito mais fácil atrair mais clientes.
Você pode também investir em outras fontes de tráfego da internet, como o buscador Bing, fazer parcerias com outras empresas que prestam serviços complementares ao que você oferece, criar um canal no Youtube com conteúdo relacionado aos seus produtos e serviços e muitas outras estratégias.
Experimente unir o marketing tradicional e o digital para atingir os objetivos da sua empresa, só não se esqueça de sempre ter objetivos bem definidos e acompanhar continuamente os seus resultados.
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