As startups começaram a ganhar destaque no Brasil em 2011 trazendo a ideia de inovar com alta rentabilidade em um espaço de tempo menor do que a média das empresas tradicionais.
O caso mais conhecido é o do Uber, que ganhou uma grande aceitação do público no mundo todo, atraindo o interesse de investidores e tendo o seu modelo de negócios copiado por muitos empreendedores. Tanto que se criou o termo “uberização”, em referência à prestação de serviços mais flexível. Vários negócios começaram a se comparar com a startup, denominando-se o “Uber” da sua área.
Outros setores também apresentaram ideias inovadoras e se enquadraram como startups, a maioria nas áreas de educação a distância, financeira e de economia compartilhada, uma das maiores tendências atuais.
De acordo com dados do Sebrae, o setor que mais recebeu recursos de investidores foi o de serviços, com 97% do total de investidores em startups oferecendo aportes. Os mais requisitados, depois, foram os setores de comércio (50% dos investidores), indústria (47%) e agronegócio (23%).
Veja abaixo outros dados importantes sobre as startups e entenda melhor o que é o que não pode ser chamado de startup.
O que caracteriza uma Startup?
A palavra “startup” significa começar, iniciar, mas nem por isso as startups são simplesmente empresas iniciantes no mercado. De uma forma resumida, podemos dizer que:
Uma startup é uma empresa com potencial de crescer rápidamente, de forma escalável e replicavável.
Economia Escalável
A palavra escalável diz respeito principalmente as receitas e despesas da empresa. Imagine uma empresa convencional que fabrica pães de forma artesanal para 100 clientes. Se o dono resolver aumentar sua operações e duplicar para 200 sua base de clientes, apesar de sua receita duplicar, sua despesa vai aumentar de forma proporcional, ele terá que contratar mais padeiros, terá comprar mais materia prima, precisará de mais espaço físico para a produção e precisará de mais veículos para fazer as entregas.
Para uma empresa ser considerada escalável, suas despesas tem que aumentar em uma proporção muito mais baixa do que as receitas. Este é um dos motivos pelos quais a grande maioria (mas não todas) das startup são de tecnologia.
Podemos citar como exemplo uma empresa que disponibiliza um software online hospedado em um servidor nas nuvens. Ao se duplicar ou triplicar o número de clientes, esta empresa provavelmente precisará apenas aumentar a capacidade do servidor.
Desta forma, as despesas não ficam proporcionalmente ligadas as receitas como acontece na maioria dos empreendidmentos. Enquanto as receitas crescem exponencialmente, as receitas crescem linearmente.
Modelo de Negócios Replicável
O termo replicável se aplica a forma em que os novos clientes são obtidos, incluindo a negociação, a personalização do produto ou serviço e o fechamento da venda.
Para que um modelo de negócios seja considerado replicavél, ele tem que possuir um formato que seja facilmente copiado e executado sem necessariamente aumentar os custos das operações de forma substancial.
Continuando com o exemplo da empresa de software online: Esta empresa coloca um site na internet contendo todos os argumentos de venda. Uma vez que o cliente em potencial se interessou pelo produto, ele acessa uma página também online onde existe a opção efetuar a compra pelo cartão de crédito. Por fim o cliente tem acesso a diversos vídeos e tutoriais que o ensinam a utilizar a ferramenta.
Veja que o processo de vendas e treinamento é totalmente automatizado e independente de contato humano. Isto torna este processo replicável.
Agora, exemplificando o oposto, imagine uma empresa de advocacia onde parte do processo de vendas é reunir pessoalmente com o cliente e ouvir os problemas jurídicos que ele enfrenta, para no final oferecer uma orçamento detalhado.
O exemplo citado acima, não classifica o modelo de negócios como replicável pois é extratamente complexo e requer conhecimentos técnicos específicos e uma atenção personalizada. Caso a empresa acima quisesse montar uma filial em cada cidade do Brasil, eles teriam muitas dificuldades e muitos custos para achar profissionais treinados e qualificados.
Investimentos
Outro ponto importante sobre as startups e que despertam bastante interesse nos empreendedores é a atração de investimentos e estímulos para dar os primeiros passos ou para escalar o negócio.
As incubadoras e aceleradoras possuem um papel importante na vida dos empreendedores de startups, já que impulsionam esses negócios e aumentam as suas chances de sucesso e vida longa.
A diferença entre essas modalidades de investimento é que, no caso das incubadoras, elas exigem que o empreendimento tenha um plano de negócios e objetivos bem definidos. Geralmente, as incubadoras valorizam empresas que possuem alguma solução para uma demanda local ou para um projeto ligado à área governamental.
Já as aceleradoras atuam mais com startups que têm potencial de crescimento rápido, mesmo que não estejam com sua estratégia toda pronta. Os investidores que trabalham com aceleração de startups possuem a grande vantagem de terem a expertise para atuarem como mentores do negócio.
Há também os investidores-anjo, que são pessoas físicas com capital próprio para impulsionar o negócio. Geralmente atuam como sócios minoritários participando apenas financeiramente e, às vezes, atuam também como mentores.
Existem alguns fatores que podem ajudar uma startup a achar investidores, sendo eles:
- Possuir um produto funcional e em operação;
- Possuir clientes pagantes, mesmo que poucos;
- Possuir um planejamento a curto e médio prazo;
- Possuir um controle financeiro detalhado;
- Ser capaz de se adaptar ao mercado de forma rápida e dinâmica;
- Possuir um modelo de negócios ou produto que seja disruptivo e inovador;
- Ter uma equipe completa, capacitada e altamente motivada;
- Acreditar na própria ideia e estar disposto a sacrificar tempo e o próprio dinheiro para alcançar o sucesso;
O que não pode ser considerado uma Startup?
Muitas novidades do mercado podem parecer uma startup à primeira vista ou para quem não está muito familiarizado com a definição desse tipo de negócio. Mas, a grande maioria não pode ser considerada startup.
Uma simples ideia inovadora, por exemplo, não é uma startup. Ela precisaria ter uma relevância no mercado, ser escalável e ter potencial para alavancar uma empresa.
Outra confusão bastante comum é denominar empresas iniciantes como startups. Muitos dos novos negócios que surgem possuem modelos tradicionais, são franquias, ou, então, adaptações de ideias de terceiros sem seguir a regra de ser escalável e replicavél.
Um simples site ou perfil nas redes sociais descrevendo uma ideia nova, com linguagem tech, termos em inglês e apresentações dos seus fundadores também não são startups.
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