Como Fazer o Provisionamento das Férias

Como Fazer o Provisionamento das Férias
Renan Lopes - 05/05/2017

O provisionamento das férias é feito através de cálculos matemáticos, com base no salário do colaborador. Além de servir de base para a contabilização da variação patrimonial, provisionar o valor das férias todos os meses com antecedência ajuda a empresa a se precaver e evitar uma despesas repentina quando o colobarador optar por usufruir do benefício.

Como calcular o Provisionamento das férias?

O cálculo da provisão de férias deve ser feito todos os meses, tendo como base o valor equivalente a um doze avos do salário do funcionário em questão. Nesses cálculos devem ser contempladas as despesas no prazo em que ocorrem.

Claro que o cálculo seria muito fácil de fazer se não houvessem interferências, como horas extras, aumentos, adicional noturno, ou comissões.

E é por haverem essas variantes que devemos fazer o cálculo do provisionamento das férias mensalmente, para facilitar muito o cálculo na hora de fazer o pagamento.

Vejamos então como calcular.

Exemplo prático

Imaginemos que admitimos o funcionário “Antônio” no dia 1 de maio, pagando um salário de 450 reais. No final do mês de maio, o Antônio terá direito a 1/12 de férias. Assim sendo:

  1. 450/12 = 37,50 reais

Se não existirem alterações no salário do Antônio, o valor de 37,50 reais será multiplicado por todos os meses.

No entanto, se forem apresentadas alterações ao salário, é preciso ajustar os valores no mês em que essa alteração ocorreu, assim como a diferença para os meses anteriores.

Lembremos que o total acumulado deverá ser igual ao salário correspondente aos meses a que o Antônio tem direito.

Imaginemos, então, que o Antônio recebeu um aumento salarial de 5% em julho. Agora o salário dele passa a ser 472,50 reais.

Assim sendo, no fim do mês de julho o Antônio terá direito a 1/12 de férias, sendo agora de 39,37 reais. No entanto, se nós contabilizarmos a provisão apenas com esse valor, o acumulado não fechará com o que ele tem direito. Por quê? Vejamos.

Em julho, o direito a férias do Antônio é de 3/12, pois ele foi contratado em maio. Assim sendo, teremos os seguintes valores.

  1. 472,50/12 = 39,37 x 3 = 118,11

Como o pagamento do provisionamento das férias é feito sempre com base no salário atualizado, teremos uma diferença nos meses de maio e junho.

Por isso, o que temos:

  1. 37,50 (maio) + 37,50 (junho) + 39,37 (julho), totalizando 114.37

Assim sendo, deveremos calcular a diferença entre o saldo acumulado e o que já foi contabilizando. Neste caso teremos:

  1. 118,11 – 75 (maio e junho) = 43,11

Esse valor deverá ser ajustado no mês do aumento, neste exemplo, em julho.

Ao fazer o cálculo dessa forma, a probabilidade de erro é muito menor, até porque contempla todas as interferências até à data, como as horas extras e comissões.

Devemos ainda ter em conta o valor relativo a ⅓ sobre as férias, assim como todos os valores relativos aos encargos.

Aqui, o cálculo é mais simples, tendo em conta que apenas multiplicaremos a provisão de férias e os percentuais relativos a ⅓ e aos encargos.

No caso do Antônio teríamos:

  1. maio = 37,50 reais
  2. junho = 37,50 reais
  3. julho = 43,11 reais

Assim teremos:

  1. INSS sobre as férias – Consideremos o percentual de 20% (esse valor varia de acordo com a atividade, ou de a empresa estar enquadrada no Simples Nacional, ou não)
  2. FGTS sobre as férias – Usaremos o percentual de 8% (no entanto deverá consultar a legislação para ter os valores corretos para o seu caso)

Vejamos mês a mês como incluir esses encargos.

Maio e junho

  1. Provisionamento de férias – 37,50 reais
  2. 1/3 abono – R$37,50 / 3 = R$12,50
  3. INSS – 37,50 x 20% = R$7,50
  4. FGTS – 37,50 x 8% = R$3,00

Julho

  1. Provisionamento de férias – 43,11 reais
  2. 1/3 abono – 43,11 / 3 = 14,37 reais
  3. INSS – 43,11 x 20% = R$8,62
  4. FGTS – 43,11 x 8% = R$3,45

Fazendo o cálculo do provisionamento das férias mensalmente, será mais fácil fazer os cálculos ao final do ano, diminuindo assim a probabilidade de cometer erros, ou de esquecer algum dos dados.

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Tem 33 anos, empresário e formado em Ciência da Computação com pós-graduação em Tecnologias Web e MBA em Gestão de Projetos. Aficionado por tecnologia, empreendedorismo e finanças.
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