A demonstração de valor adicionado foi tornada obrigatória no Brasil diante do objetivo de adequar a contabilidade brasileira aos padrões internacionais.
Afinal, com o mundo cada vez mais globalizado a contabilidade também teve que se adequar a este fenômeno, através de relatórios cada vez mais uniformes entre os países.
Neste artigo vamos explicar melhor como funciona a demonstração de valor adicionado.
O que é a demonstração de valor adicionado?
Ela surgiu na França e Alemanha, e pouco tempo depois acabou se espalhando por outros países da Europa.
No Brasil, algumas empresas foram pioneiras ao publicá-la já no inicio da década de 1990, como a Telebrás, mas a obrigatoriedade de publicação por parte de empresas de capital aberto somente foi imposta pela lei 11.638/2007.
Ela é derivada do conceito de responsabilidade social, que dita que empresas devem ter atitudes que contribuam para o bem estar do público, e a DVA satisfaz este quesito quando divulga informações importantes sobre a entidade para a população.
A demonstração de valor adicionado é, portanto, um relatório que tem como objetivo mostrar qual foi a riqueza total gerada pela empresa e como ela foi distribuída perante as pessoas que contribuíram para isso.
Qual é a estrutura da demonstração de valor adicionado?
O DVA é dividido em duas partes, são elas:
- Geração de Riqueza
- Fistribuição de Riqueza
A estrutura básica do DVA é a seguinte:
GERAÇÃO DE RIQUEZA
Total das receitas
(-) insumos adquiridos de terceiros
(=) Valor adicionado bruto
(-) retenções (depreciação, amortização, exaustão)
(=) Valor adicionado líquido
(+) Valor adicionado recebido em transferência
(=) Valor adicionado total a distribuir
DISTRIBUIÇÃO DE RIQUEZA
Pessoal e encargos
Remuneração de capitais de terceiros
Remuneração de capitais próprios
Qual é a importância da demonstração de valor adicionado
Alguns fatores importantes sobre a demonstração de valor adicionado estão elencados abaixo.
Oportunidade para que a empresa multinacional demonstre como pode contribuir com o país
A demonstração de valor adicionado é muito importante para que uma empresa multinacional demonstre para um país quanta riqueza pode gerar quando deseja se instalar em seu território.
Isso pode contribuir para que a empresa tenha menos conflitos com o governo local, além de oportunizar que a comunidade também possa saber quais os benefícios que a instalação da entidade poderá trazer.
É uma ferramenta gerencial
O DVA é uma importante ferramenta gerencial, pois apresenta diversos dados importantes para a tomada de decisão por parte da administração.
Afinal, ele apresenta a estrutura de custos da entidade, como gastos com materiais, salários, depreciações, etc.
Além disso, através de uma análise horizontal do DVA, é possível saber como a entidade tem evoluído na geração de riqueza durante os anos, e, através de uma análise vertical, podem vir a ser evidenciados quais, dentre os participantes da distribuição de riquezas, teve maior êxito.
Serve de complemento para a DRE
A demonstração de valor adicionado está bastante ligada ao DRE (demonstração de resultado do exercício), e acaba funcionando como um complemento dele.
Embora as duas demonstrações sejam distintas, pois o DRE visa, essencialmente, demonstrar qual é o lucro líquido da empresa, enquanto o DVA foca na riqueza total gerada pela entidade, diversas informações importantes utilizadas na demonstração de valor adicionado são retiradas da demonstração de resultado de exercício.
O DVA, por exemplo, mostra a distribuição de riqueza perante os sócios, empregados, governo e demais acionistas que financiaram a empresa, enquanto o DRE considera algumas destas distribuições como despesa.
A demonstração de valor adicionado é, portanto, importante para que os países tenham uniformidade na contabilidade, e para que, consequentemente, as empresas se internacionalizem cada vez mais.
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